Louise Nakazawa - Médica Psiquiatra ou Mizume Ryu - Akashayana - A Força do Dragão protetor da Sangha, com a leveza e adaptabilidade da água, por vezes suave como o orvalho, por outras fortes feito temporal. Seu coração feminino - parte japonês -timido e delicado, teima em mascarar o fogo que queima silenciosamente em seu inegável sangue italiano...

Sai de manhã para fazer as últimas compras de Natal - ainda faltava o presente do meu amigo secreto (prof.) – aproveitei para comprar uma boneca para a Ana, já que não a tiro da cabeça. Fui então até o hospital onde a menina está internada, a filha de Isaac... isso ecoa em minha mente. Hoje ela estava acordada e pude ver o quão linda ela é... linda, doce e amável – recebi o melhor presente de natal que poderia querer: seu sorriso, seu carinho... Ela batizou a boneca de Lila; prometi voltar mais vezes, o que a alegrou e a mim mais ainda... tristeza e alegria, estes sentimentos tem se tornado uma coisa só. Conversei com a enfermeira e fui até o Cti ver sua mãe, a mulher de Isaac – Euridice. Seu estado parece estável, porém sem perspectivas - está assim há 2 anos - pouco antes de eu conhecê-lo. Me pergunto por quais razões ele a mantém ali, contrariando sua tradição, seus próprios dogmas e a resposta vem depressa, do meu próprio coração: Amor.
Só o amor nos leva a contrariar tudo que nos correto, a questionar nossas crenças e agir sem pensar nas conseqüências, assumir os riscos, mentir até pra si mesmo...



Natal em Família




Michael



Meus pais ou agora “os noivos”



Meu irmãozinho Bartollo “o ator”



Meu irmão Chang e minha cunhada Shosi - Um belo casal!



E a suspresa da noite: Oji-sam


Nosso natal foi tranqüilo, embora tenha passado grande parte da noite pensando na pequena Ana naquele hospital; será que Isaac ficou com ela? Tive a feliz e inesperada surpresa de meu avô – Hakura Sam – Ele deve ter se perguntado o que é que há de bom nesta América que todos vão e não voltam, deixam o vô “abandonado no Japão”, então, decidiu ver por seus próprios olhos. Tomou um avião por conta própria e veio averiguar. Claro que sua presença, além de felicidade me trouxe um certo receio... Em seus olhos, minha casa é sua, já que não me casei, ainda pertenço a eles e, portanto, é inadmissível, Michael ou qualquer outro homem passar a noite aqui, sobretudo um americano... Me senti novamente adolescente, sob o olhar de meu velho avô, tendo de omitir detalhes... Voltei a ser “sua pulguinha”, foi até divertido ter suas rabugices novamente. Só duas coisas trouxeram momentos desagradáveis à noite: as investidas de minha mãe contrariando meu avô – muitas e muitas vezes e a implicância dele com Bartollo, chamando-o de “touro burro” em japonês – Bartollo sem perceber acabou por dar uma lição em meu avô, dando-lhe um de seus presentes... deste momento em diante, passou a chamar-lhe apenas de “touro”... Embora Bartollo nem tenha notado, amoleceu até mesmo o duro coração do Sr. Hakura. Já Michael conquistou quase instantaneamente seu respeito, por conversar com ele em japonês e portar-se diante dele tão bem quanto qualquer oriental. Eles conversaram por toda a noite, assim eu passei grande parte dela com meu irmãozinho “touro”.
Amanda e J’J apareceram – o Natal deles parece ter sido bem menos agradável; eles deram a notícia da gravidez pra a família dela, que não reagiu nada bem, sobretudo seu pai. Ela estava muito magoada, mas seu orgulho a impedirá por um longo tempo de fazer uma nova tentativa... E como seu pai também parece teimoso e tão orgulhoso quanto, creio que perderá de participar deste momento tão bonito...
Convenci Michael a permanecer depois que meu avô fosse embora – ainda não tinha lhe dado todos os presentes – ele pareceu intrigado e ficou - lhe dei uma cópia da chave do meu apartamento (dentro de uma caixa de chocolates). Ele pareceu contente, mas não sei... talvez tenha achado precipitado. Só quis mostrar a liberdade e confiança que lhe dou e o quanto gosto de tê-lo aqui. De resto, aproveitei o presente de minha mãe e a noite não poderia ter acabado melhor...