Olá John, apesar da licença não tenho encontrado tempo para a consulta de “conclusão do ano”, assim: aqui estou - enviando minhas impressões antes da nossa próxima sessão – e antes que o ano termine. Não vejo urgência em análise, mas, se julgares assim necessário, podemos marcar num horário extra, de preferência em minha casa, ok?
Tenho novidades tão positivas que, acredito, muitas te surpreenderão, então vamos lá:
1. Meus pais vieram à NY para participar de um congresso e resolveram ficar até o final do ano – no meio do percurso, dada à reaproximação, perceberam-se apaixonados e resolveram casar-se e mudar-se para cá em breve – fato já notificado à família. O único a não reagir bem foi Bartollo (estou trabalhando nisso) e acredito que em breve o marido dela também! Eu estou muito feliz, embora me preocupe com as oscilações típicas de Isabelle, na verdade me preocupo com meu pai, mas até agora ambos parecem muito seguros desta decisão.
2. Bartollo conseguiu um emprego e mudou-se para sua própria casa. Ainda estamos nos acostumando a novidade, mas foi uma mudança tranqüila da qual participei de perto e facilitada pela colaboração de nossa mãe – sinto saudades.
3. Chang nos apresentou sua namorada “Shosi” – embora eu tenha “descoberto” o namoro há meses. É uma boa moça e estão felizes. Com ele não preciso me preocupar.
4. Estou namorando meu antigo treinador, Michael, e isso tem me feito muito bem. Ele é muito bonito (não é oriental, caso surja a dúvida), 8 anos mais velho, razoavelmente bem sucedido, gentil, carinhoso, paciente, envolvente. Foi militar, assim como seu pai, falecido na guerra do Golfo – sua mãe também é falecida e sendo filho único, não tem mais família. Já nos conhecíamos há 2 anos, o que acelerou algumas etapas – sobretudo a intimidade. No princípio estava insegura, devido à falta de experiência em relacionamentos, mas agora já relaxei, sua segurança facilita muito as coisas para mim.
Estou feliz e satisfeita por ter – ainda antes do final deste ano - alcançado alguns dos meus objetivos a longo prazo: Me libertei de um sentimento destrutivo, quebrei algumas regras, compreendi mais a meu respeito e superei (e muito) minha dificuldade com aproximação.
Quanto ao sentimento do qual me libertei, me refiro aquele velho assunto: “I.” Depois de tanto tempo eu, enfim, consegui enxergar mais a frente e então pude me libertar. Houve um distanciamento, bastante oportuno, mas não opcional e agora só preciso do reencontro para confirmar meu “sucesso” – admito que o “surgimento” de Michael tenha certa influencia nesta nova atitude.
Quanto à “quebrar regras”, posso incluir as muitas aproximações que permiti, de amigos, familiares e mesmo o “romance”, mas julgo duas como as principais:
o Assumir um Namoro, para mim mesma e perante minha família.
o Ter exposto minha intimidade para minha mãe. Quando falo de intimidade não me refiro apenas a meus sentimentos – permiti que meu namorado (ainda é difícil usar esta palavra) dormisse em minha casa, comigo, mesmo tendo minha mãe como hóspede – e você sabe o quanto eu sempre evitei este tipo de situação.
O auto-conhecimento foi um processo natural, fruto de muita meditação. Esta foi a mudança motora de todas as outras - quando passei a compreender melhor meus sentimentos, pude mudar algumas atitudes e assim superar velhas dificuldades – como o tabus de expor minha privacidade. Percebi que isto evitava ter que lidar com compromissos e opiniões – agora elas já não importam - talvez por Michael valer o sacrifício ou simplesmente por ter cansado disso.
Por último: a aproximação. Tenho me deixado conhecer e a experiência tem sido boa – tem fortalecido alguns laços de amizade, melhorado a relação com Michael e mesmo com minha mãe – embora ela sempre acelere o ritmo das coisas. O próximo passo é abrir o baú e esclarecer velhas dúvidas - essa pode ficar “pro ano”.
Bem, é isso! Abraços e Boas Festas – L. Nakazawa.
12:57 PM |
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