NY, segunda-feira,Dez, 17
Passei à tarde com Bartollo terminando de mobiliar sua nova casa – foi gratificante poder ajudá-lo nesta nova etapa: “o homem independente” - embora ele parecesse ainda mais uma criança, tão radiante de alegria. O engraçado é que sinto um certo vazio por vê-lo saindo de minha casa... Sentimentos são contraditórios.
Ao cair da tarde fui à Capela, pois havia muito para se conversar no dia que antecede o reencontro com eles... Fomos surpreendidos pela saída súbita e simultânea de Isaac e Vasla da Capela – ambos por motivos “pessoais” e por tempo indeterminado – justamente no momento delicado que estamos passando; mas se isto está acontecendo deve haver um motivo importante, mesmo que o susto e a tensão não nos permitam compreende-lo. Com esta situação fomos forçados a tomar algumas decisões quanto a organização da Capela, como quem seria o “porta-voz” na ausência de Isaac.
A princípio o critério levantado (talvez por ser o mais lógico) foi o “tempo de permanência” e sendo eu o membro mais antigo, recaiu sobre mim esta responsabilidade e, embora nem por um instante eu tenha pensado em negá-la, uma vez que me sentiria honrada em servir de todas as formas possíveis aos meus colegas e a este lugar que tantas vezes me protegeu em meio aos temporais desta, já nem tão nova, realidade, mas... Embora tenhamos nos tornado tão próximos dados tatos momentos que juntos tivemos de enfrentar, ainda somos e sempre seremos imensamente diferentes...
Tive um sentimento forte e claro – tão claro quanto o sol - de que a maior parte de meus colegas não se sentiam seguros para confiar em mim neste papel – talvez por buscarem uma forma de ação diferente daquela que eu posso oferecer, talvez devido às circunstâncias tão extremas, talvez alguns por ansiarem para si uma posição de “comando” ou “destaque” ou talvez eu não tenha me feito bem compreender ao expressar a forma como vejo e sinto toda esta situação... Muitos foram os motivos que me fizeram perceber a insegurança deles sobre mim...
Não nego que fiquei desapontada, sobretudo com J’J que há tanto me conhece, mas busquei do fundo a sabedoria para compreender e melhor julgar a situação e, por fim, dei a Amanda àquilo que ela parecia ansiosa e pronta para receber... Estou em paz por sentir que tomei a decisão correta por hora, e se isto foi o melhor para a Capela, então não há o que questionar. Queria que o Isaac estivesse aqui, queria ao menos ter conversado com ele antes de partir, mas talvez tenha sido melhor assim, melhor para mim...
NY, segunda-feira, Dez, 18.
Trabalhei por toda a manhã e parte da tarde – há dias que tenho deixado o trabalho e a família de lado para me dedicar aos assuntos da Capela - hoje tirei o dia para concertar isto e manter tudo em harmonia.
A tarde sai com minha mãe para as compras de Natal – ela e meu pai ficarão mais algum tempo em NY após o congresso, ao menos até o Natal – não que este seja o principal motivo, na verdade eles são o principal motivo... Nem tudo que acontece no passado se perde com o tempo, e neste caso, talvez o tempo só tenha amadurecido os sentimentos – parece que todos estão felizes (exceto o marido de minha mãe, mas este parece ser um problema de fácil solução para ela).
A noite estive com Michael por um breve momento em minha casa e preparei o Bartollo para esta “novidade” (a minha - não a de nossos pais, aí seria pedir de mais de sua compreensão). Torci muito para que meu irmãozinho se tornasse independente, mas estou começando a sentir a casa silenciosa de mais, vazia de mais... e para doer ainda mais meu coração, Bartollo me deixou como lembrança seu “sapo caco” para que eu não me sinta tão sozinha... Espero que ele se cuide bem sozinho, e por mais difícil que seja para mim, sei que preciso lhe dar tempo e oportunidade para aprender.
Passei à tarde com Bartollo terminando de mobiliar sua nova casa – foi gratificante poder ajudá-lo nesta nova etapa: “o homem independente” - embora ele parecesse ainda mais uma criança, tão radiante de alegria. O engraçado é que sinto um certo vazio por vê-lo saindo de minha casa... Sentimentos são contraditórios.
Ao cair da tarde fui à Capela, pois havia muito para se conversar no dia que antecede o reencontro com eles... Fomos surpreendidos pela saída súbita e simultânea de Isaac e Vasla da Capela – ambos por motivos “pessoais” e por tempo indeterminado – justamente no momento delicado que estamos passando; mas se isto está acontecendo deve haver um motivo importante, mesmo que o susto e a tensão não nos permitam compreende-lo. Com esta situação fomos forçados a tomar algumas decisões quanto a organização da Capela, como quem seria o “porta-voz” na ausência de Isaac.
A princípio o critério levantado (talvez por ser o mais lógico) foi o “tempo de permanência” e sendo eu o membro mais antigo, recaiu sobre mim esta responsabilidade e, embora nem por um instante eu tenha pensado em negá-la, uma vez que me sentiria honrada em servir de todas as formas possíveis aos meus colegas e a este lugar que tantas vezes me protegeu em meio aos temporais desta, já nem tão nova, realidade, mas... Embora tenhamos nos tornado tão próximos dados tatos momentos que juntos tivemos de enfrentar, ainda somos e sempre seremos imensamente diferentes...
Tive um sentimento forte e claro – tão claro quanto o sol - de que a maior parte de meus colegas não se sentiam seguros para confiar em mim neste papel – talvez por buscarem uma forma de ação diferente daquela que eu posso oferecer, talvez devido às circunstâncias tão extremas, talvez alguns por ansiarem para si uma posição de “comando” ou “destaque” ou talvez eu não tenha me feito bem compreender ao expressar a forma como vejo e sinto toda esta situação... Muitos foram os motivos que me fizeram perceber a insegurança deles sobre mim...
Não nego que fiquei desapontada, sobretudo com J’J que há tanto me conhece, mas busquei do fundo a sabedoria para compreender e melhor julgar a situação e, por fim, dei a Amanda àquilo que ela parecia ansiosa e pronta para receber... Estou em paz por sentir que tomei a decisão correta por hora, e se isto foi o melhor para a Capela, então não há o que questionar. Queria que o Isaac estivesse aqui, queria ao menos ter conversado com ele antes de partir, mas talvez tenha sido melhor assim, melhor para mim...
NY, segunda-feira, Dez, 18.
Trabalhei por toda a manhã e parte da tarde – há dias que tenho deixado o trabalho e a família de lado para me dedicar aos assuntos da Capela - hoje tirei o dia para concertar isto e manter tudo em harmonia.
A tarde sai com minha mãe para as compras de Natal – ela e meu pai ficarão mais algum tempo em NY após o congresso, ao menos até o Natal – não que este seja o principal motivo, na verdade eles são o principal motivo... Nem tudo que acontece no passado se perde com o tempo, e neste caso, talvez o tempo só tenha amadurecido os sentimentos – parece que todos estão felizes (exceto o marido de minha mãe, mas este parece ser um problema de fácil solução para ela).
A noite estive com Michael por um breve momento em minha casa e preparei o Bartollo para esta “novidade” (a minha - não a de nossos pais, aí seria pedir de mais de sua compreensão). Torci muito para que meu irmãozinho se tornasse independente, mas estou começando a sentir a casa silenciosa de mais, vazia de mais... e para doer ainda mais meu coração, Bartollo me deixou como lembrança seu “sapo caco” para que eu não me sinta tão sozinha... Espero que ele se cuide bem sozinho, e por mais difícil que seja para mim, sei que preciso lhe dar tempo e oportunidade para aprender.
12:45 PM |
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