Louise Nakazawa - Médica Psiquiatra ou Mizume Ryu - Akashayana - A Força do Dragão protetor da Sangha, com a leveza e adaptabilidade da água, por vezes suave como o orvalho, por outras fortes feito temporal. Seu coração feminino - parte japonês -timido e delicado, teima em mascarar o fogo que queima silenciosamente em seu inegável sangue italiano...

Fiquei perturbada depois da conversa que tive com Águia no Shen – pedi a ajuda de Ms. Won para encontrá-lo, avisá-lo dos planos de invasão da área 51, das ‘crianças’ que encontramos na viagem e que pretendemos enviar a NY assim que chegarmos a Vegas, saber como estão as coisas por lá e, além disso, queria vê-lo – a Roda parece ter dado uma volta completa e ainda não entendo bem o que está acontecendo...

Ele disse algo sobre ‘sempre termos opções, desde que se esteja preparado a pagar o preço’ – sei que isso o magoa também, mas ao mesmo tempo sei que o que me entristece é algo bem maior que a distancia, que a certeza de que sempre estaríamos em segundo plano... me entristece perceber a inevitabilidade se aproximando...

Enquanto eu dirigia o ônibus, Amanda se aproximou. Os ‘meninos’ estavam reunidos em frente à Tv, fazendo uma algazarra enquanto assistiam algum jogo; Ms. Won e as ‘crianças’ estavam no andar de cima. Não lembro bem como começamos a conversa, mas em determinado momento percebemos compartilhar aflições semelhantes...
Amanda me contou sobre suas certezas e inseguranças com J’J – certeza do que sente e de que não consegue conviver com determinadas coisas – insegurança quanto a capacidade de J’J realmente abrir mão destas coisas... sexo com outras pessoas... Para ele ‘sexo’ tem outra conotação, um momento, uma troca, a busca por prazer... não necessariamente vinculado a amor ou outro sentimento qualquer - para ela não: isso a magoa muito... ela chega a duvidas que ele a ‘ame’ realmente.
Eu discordo, acho que o amor pode ter muitas formas.

Contei a ela um pouco sobre minha relação com Michael – ambos sabemos que não se baseia em amor, mas aceitamos compartilhar carinho, respeito, companheirismo – embora na verdade, por todo este tempo eu esperei por mais... que algo mágico acontecesse entre nós...
‘As borboletas’ disse a Amanda – ‘como?’
‘As borboletas na boca do estômago’...

Eu sei que nunca senti as tais borboletas pelo Michael, na verdade eu só havia sentido isto uma vez... pelo Isaac – acabei contando isto a ela, que desta vez não me achou tão previsível.
E agora, esse Dylan, tem despertado coisas que me assustam, com uma intensidade que me tira o ar! Química, desejo, instintos viscerais – uma Louise que eu não conheço e isso me assusta muito!

‘Eu tenho evitado qualquer contato mais próximo, porque no momento que o conheci soube que estava perdida’
‘Eu sei como é’ disse Amanda, as borboletas!

As Borboletas – quase as ouço chegando...