Louise Nakazawa - Médica Psiquiatra ou Mizume Ryu - Akashayana - A Força do Dragão protetor da Sangha, com a leveza e adaptabilidade da água, por vezes suave como o orvalho, por outras fortes feito temporal. Seu coração feminino - parte japonês -timido e delicado, teima em mascarar o fogo que queima silenciosamente em seu inegável sangue italiano...

Quando sai de casa de manhã, com Michael, acreditava ter sua companhia nesta missão, embora soubesse o quão difícil seria pára ele ausentar-se por um mês da academia e de seus compromissos com a Irmandade.

Passei o dia em função dos preparativos para a viagem – entreguei minha carta de demissão no presídio – para na volta assumir inteiramente o trabalho no hospital. Conversei com Chang sobre a proposta da nossa academia e negociei o apartamento com meu pai – Também os avisei quanto à ‘suposta viagem de férias’ e avisei Isaac do nosso temporário afastamento.

Ao chegar à capela foi surpreendida pela ‘comitiva akashayana’ que aguardava no jardim – eram os 7 sidais do Águia. Sentei silenciosamente junto a Michael, enquanto os aprendizes atacavam Ms Won – todos ao mesmo tempo.
No final restavam dois rapazes e uma menina e assisti com tristeza até o último cair. Ms. Won veio até nós e com um gesto confirmou a Michael aquilo que já sabíamos – ele não poderia partir conosco.

Por um momento senti raiva – Por que tinha que ser assim, justo agora? por que Ms. Won não podia ficar em seu lugar? Vi a mesma tristeza nos olhos de Michael, mas sabia que era algo indiscutível.

Subi ao meu quarto e os deixei a sós por alguns instantes.
Michael subiu logo depois,triste, desolado - nenhum de seus discípulos estava preparado para ocupar seu lugar e, segundo Ms. Won, apenas um de nós – Águia ou eu – poderíamos representar a Irmandade em NY, logo, um de nós precisaria ficar; quanto a isto, não restava dúvidas - nem alternativas.

Eu ainda não havia percebido o tamanho das responsabilidades que ambos herdamos após o final da guerra. Minha tristeza não era diretamente ligada a nossa separação ‘temporária’ – isso me alertou de algo bem maior... a certeza de que sempre seria assim, um mar de compromissos e responsabilidades nos separando cada vez mais e não dá para lutar contra algo assim.
Ficamos ali um tempo, abraçados, numa longa despedida

certas coisas são inevitáveis e só nos resta encontrar sabedoria para aceitá-las, mesmo sem compreendê-las.

Partimos a noite em um ônibus conseguido por J’J e adaptado pelos ‘amigos’ do professor - o que significa coisas muito estranhas, tipo uma escada de caracol levando a um ‘segundo andar’ ainda no térreo!
E assim fomos - Prof. Oliver, J’J, Amanda (já no 7ºmês de gestação de Julian), Ms. Won e eu
– rumo a Vegas!