Os primeiros no ônibus momentos após a fuga foram desesperadores – Enquanto Amanda prestava os primeiros socorros ao professor e eu tentava desesperadamente manter Dylan vivo, mestre Won, que poucos instantes após entrar no ônibus e sentar em posição de lótus, buscando harmonizar seus chakras, ele simplesmente caiu inconsciente.
Eu corria entre ele e Dylan tentando mantê-los vivos, mas ambos eram casos críticos – usei tudo que pude de minhas capacidades mágicas, mas após algumas tentativas frustrantes percebi que seus corpos já não suportavam mais magia – só o que eu podia oferecer agora eram meus conhecimentos médicos e então me concentrei nisso – mantê-los vivos era tudo que importava – e com muito custo deu certo – nenhuma melhora significativa, mas ao menos haviam ‘parado de morrer’. Perto deles o professor não estava tão mal, mas seu estado carecia de cuidados intensos. Os três deviam estar na cti de um hospital, mas estavam dentro de um ônibus em alta velocidade no meio do deserto e assim permaneceriam por alguns dias.
Fiquei tão obcecada com os pacientes – meu amigo, meu mestre e meu... bem....Dylan – que nem percebi meus próprios ferimentos. Não fosse Amanda me obrigar a parar uns instantes e fazer os curativos, eu certamente não o teria feito – e foi preciso brigar por isso. E assim foi para tudo nos dias que se seguiram; eu não parava para comer e me recusava a dormir, embora algumas vezes o cansaço me pegasse desprevenida – os cochilos que tirava eram no pufe que J’J trouxera e colocara entre os pacientes.
Eles tentavam me persuadir - eu sabia que estavam preocupados, mas meus únicos pensamentos eram nos feridos...
Deles, o professor era o único consciente; tinha o estomago perfurado por um ferimento à bala, do qual só escapou garças a rapidez dos primeiros socorros prestados por Amanda; seu corpo estava cheio de escoriações.
Eu sabia que mestre Won estava no pior estado e não acordaria tão cedo... na verdade era um milagre ter sobrevivido e muitos de seus ferimentos pediam cirurgia. Precisava de soro e sonda assim que eu pudesse parar numa farmácia - me doía muito vê-lo assim e não poder ajudar mais; sabia que ele tinha recebido a maior parte do desabamento para proteger Dylan e que mesmo neste estado encontrou forças para voltar e segurar os inimigos enquanto saímos. Este é o Mestre Won e o que seria de nós sem ele?...
Eu estava ao lado de Dylan quando ele abriu os olhos – já se passavam uns dois dias e aquela foi a primeira vez que senti algum alívio desde que saímos de lá. Ele tinha a mão e uma perna quebrados em diversos lugares, muitos hematomas e eu suspeitava que sua bacia estivesse rachada, mas agora estava consciente, poderia se alimentar e isso aceleraria sua recuperação.
Durante o resto do percurso encontramos uma farmácia, possibilitando que mestre Won recebesse maiores cuidados; nos despedimos da equipe de apoio (Dantan conseguiu recuperar as informações da hd ); consegui acelerar a recuperação do professor com a massagem de alinhamento dos chakras. Passei os últimos dias da viagem um pouco mais calma – dava banho no Dylan e no professor, alimentava-os e não tirava o olho do Mestre Won. Dylan e o professor melhoraram ao ponto de voltar a implicar um com o outro – o que deixou a todos mais tranquilos – dava até para rir um pouco disso.
Por sorte Amanda passou bem e Julian se comportou bem, não nascendo durante a viagem – isto certamente tornaria as coisas ainda mais caóticas. Mais tarde descobrimos que ele – o bebê Julian ainda na barriga da Amanda – havia salvado-os do homem que os emboscou no momento do desabamento, fazendo com que o tempo ficasse mais ‘lento’ permitindo que Amanda pudesse simplesmente desviar o corpo da bala disparada contra ela e dando tempo para que J’J pudesse sacar e atirar contra o inimigo. Imagino então o que ele será capaz de fazer depois de nascido... Depois de adulto já é de mais pra minha cabeça – considerando que nos só partimos para esta viagem (encontrando Dylan) graças à visitinha que ele me fez...
12:28 AM |
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