Louise Nakazawa - Médica Psiquiatra ou Mizume Ryu - Akashayana - A Força do Dragão protetor da Sangha, com a leveza e adaptabilidade da água, por vezes suave como o orvalho, por outras fortes feito temporal. Seu coração feminino - parte japonês -timido e delicado, teima em mascarar o fogo que queima silenciosamente em seu inegável sangue italiano...

27 Julho – 3 Agosto

As coisas andam relativamente calmas em Argos – o que é ótimo, já que ainda estamos tão desfalcados:
- Mestre Won se recupera de Vegas em Democritus End, o que, acredito, levará um longo tempo;
- Embora fisicamente saudável Amanda permanece inconsciente desde o paradoxo que sofreu durante o resgate de Maison e consequentemente desde o nascimento de Julian (que está ótimo e é a atual sensação da capela, especialmente entre as meninas – Rachel, Nikki e Scarllet – que se revezam como babás).
- Dylan – nosso mais recente membro – também permanece sofrendo os resquícios da área 51; do tipo não requer magia, mas sim paciência – algo que ele já está perdendo, ‘amarrado’ na cama – aliás, minha cama... o que ao menos lhe garante algumas regalias e tratamentos especiais...




Nunca imaginei que alguém pudesse mexer tanto assim comigo, com meus instintos... O que acontece entre nós é ‘mágico’, incrível, visceral... é como fogo: basta uma fagulha e o incêndio se faz! E mesmo com ele todo engessado – tento resistir por medo de machucá-lo, mas é sempre em vão... é como se meu corpo tivesse vontade própria - e tudo que quer é aquele homem: Dylan...
Quando me pego pensando nesse assunto, confesso que me assusto com a proporção que as coisas estão tomando, mas ele faz tudo parecer tão simples...

Diz que quando me viu pela primeira vez, quando me salvou daquele lobisomem, cerca de um ano atrás, ao me tirar da água sentiu o meu cheiro, mesmo toda ensopada, e me quis... diz que desde aquele momento não me tirou mais da cabeça, que sabia que eu era a ‘fêmea’ dele (e ele fala nestes termos)... só eu e mais ninguém...

Diz que, quando me reencontrou naquele deserto (onde nos salvamos mutuamente), sentiu novamente o meu cheiro – ‘o cheiro das frutas da grande árvore’ e quase enlouqueceu... E no momento em que me pegou nos braços, toda suja de sangue e terra, tocou minha pele, ouviu minha respiração e viu meus olhos pela primeira vez... Teve a certeza... De que eu sou dele e ele é meu.

Quando ele diz essas coisas – geralmente na cama, porque atualmente ele não pode sair de lá – eu me sinto tão feliz... A forma simples e segura dele encarar tudo isso deixa tudo tão claro - Tenho certeza de que sou dele, pois nunca fui verdadeiramente de mais ninguém – ele me acordou, me tomou e assim me tem: inteira, em suas mãos.

Eu me estou tão envolvida que sinto medo...
Medo do momento em que ele se recupere, ficando ‘livre para voar’...
Eu sei que não é da natureza dele ficar muito tempo parado – onde tiver perigo eminente e pequena chance de sobrevivência, lá estará ele!
A resposta que ele me dá é que antes não tinha pra onde voltar – que é 'pássaro de uma fêmea só' e que agora que me encontrou ‘sua fêmea’, encontrou um ‘ninho’...

E foi dessa forma que ‘concluímos’ morar junto assim que a obra da minha nova casa (em cima da Academia Nakazawa) ficar pronta – eu digo ‘concluímos’ e não ‘decidimos’ porque é assim mesmo que as coisas se dão entre nós: simples e rápidas – tão rápidas que eu preciso estudar como contar isso a minha família!
Há poucos dias dei as novas (não Michael – sim Dylan) e acredito que eles precisem de um tempo para assimilar a primeira novidade antes de receber a outra. Ainda nem pude lhes apresentar o ‘Gatão’, já que seu estado físico não permite "atividades fora da cama“ - Aliás, nem dentro dela, acontece que ele é um paciente muito teimoso E persuasivo... E talvez agora seja um paciente muito teimoso, persuasivo e com a bacia rachada. Precisamos de um raio X, com urgência!

Certa vez meu avô contou um antigo ditado que dizia mais ou menos assim:
"Toda estória que começa com o mocinho salvando a mocinha, acaba em final feliz: É casamento em 3 meses" Na época eu era adolescente e não prestei muita atenção...
Acho que preciso levar mais a sério os ditados do meu avô!