Louise Nakazawa - Médica Psiquiatra ou Mizume Ryu - Akashayana - A Força do Dragão protetor da Sangha, com a leveza e adaptabilidade da água, por vezes suave como o orvalho, por outras fortes feito temporal. Seu coração feminino - parte japonês -timido e delicado, teima em mascarar o fogo que queima silenciosamente em seu inegável sangue italiano...




















Seja qual for o tema o que te importa é sexo
Seja cabala, umbanda, herói ou desertor
Seja loucura, de verdade ou tenha nexo
Seja alegria, angústia, choro, encanto ou dor
Seja dançar no vento, areia ou tempestade
Seja no sonho seja no que despertou
É o perdão ao lobo que te abocanhou


Eu penso mais na tua pele e na tua língua
Do que na alma que teu olho me mostrou
É sem teu corpo que minha'alma fica à míngua
É no teu seio que conserto o que quebrou
E quando falo da tua luz assim, quem dera
Ela acendesse em mim o santo que não sou
Mas ilumina em meu olhar o olhar da fera
Que entre tuas pernas carne sã despedaçou


O que eu marquei na tua pele não se lava
Pode ser cheiro, hematoma ou cicatriz
É pelo sexo que meu sol te faz escrava
Que seja santa, cidadã ou meretriz


Se perguntarem pelo irmão não me aponte
Pra disfarçar escreva na chuva com giz
Que minha faca desfibrou seu horizonte
Rasgando a pele da paisagem por um triz
É a escolha entre ser calma e ser feliz


Sexo
Oswaldo Montenegro

Uma Capela – Uma Cabala – Uma Família
Porque Amigos são irmãos que a Vida colhe,
A Alma escolhe & o Coração Acolhe.

O que é meu irmão?
Eu sei o que te agrada
E o que te dói...
E o que te dói...
É preciso
Estar tranqüilo
Pra se olhar
Dentro do espelho
Refletir...
O que é? O que é?
Seja você quem for
Eu te conheço muito bem
Isso faz bem pra mim
Isso faz bem pra vida
Onde quer que vá
Eu vou estar também
É tão forte quanto
O vento quando sopra
É tão forte que
Não quebra não entorta
Podes crer! Podes crer!
Eu tô falando é de Amizade!
Agosto, 04 - Última página do Diário 2

Quando cheguei em casa (por volta das 15hs), tive a felicidade de me deparar com a Amanda, acordada, na cozinha com seu bebê, depois de passar 10 dias inconsciente! Fora uma ‘mecha sexy’ na frente do cabelo e uma certa eletricidade estática em suas mãos, ela está ótima! Era a primeira vez que ela via seu filho e parecia ainda anestesiada.
Fui subir para buscar o Dylan – tinha combinado de leva-lo pra tomar um solzinho no jardim, mas ele já vinha descendo as escadas sozinho, todo manco... não podia, mas... resolveu vir me surpreender na porta!

Estávamos todos na cozinha: Dylan e Eu, Isaac e a Aninha (que agora mora com ele), Professor Oliver, J’J, Amanda e o bebê Julian, quando alguém atravessou a porta da cozinha, como se estivesse chegando em casa – alguém que eu já vi antes, um mês atrás... alguém que todos conhecemos, embora de outra forma...

o Julian!
O mesmo jovem bonito, de óculos escuros que me procurou pedindo que salvássemos o Dylan na área 51.
O mesmo bebê que há 10 dias eu ajudei a trazer ao mundo e que agora descansava no colo de sua mãe...

Ele entrou na cozinha cumprimentando ‘mãe, pai’ e dizendo calmamente que precisava da nossa ajuda. Que veio nos buscar para ajeitar as coisas e impedir a guerra...
Nós ficamos tão perplexos que, ninguém conseguia falar coisa com coisa.
Eu olhava para o bebê e para o rapaz, para o rapaz e para o bebê, e não fazia sentido algum! Mas era fato – ele estava ali, vindo de uns 24 anos no futuro – pouco mais jovem do que nós e chamando Amanda e J’J de pais...
E por algum motivo dizia precisar de nossa ajuda.

De onde ele veio nós estamos mortos, todos nós, alguns há mais tempo, outros menos, mas todo o caos começou (ou vai começar?) em poucos anos - Quando um projeto da tecnocracia foi roubado e bombas foram liberadas em todas as bases tecnocratas espalhadas pelo mundo. Durante a guerra que se sucedeu Argos caiu.

Ele descreveu um pouco da sua realidade – vive sozinho em esgotos, se escondendo de robôs conhecidos como caçadores, que farejam os despertos.
Falou pouco, mas foi o suficiente para nos convencer a pegar as armas e segui-lo!
Ele nos deu relógios para que pudéssemos ‘viajar’ em segurança
(Detalhe: relógios confeccionados pelo professor – no futuro).
Até o Dylan – todo quebrado e meio perdido, ou vice-versa, se negou a ficar pra trás!

O Isaac ficou - recebeu o bebê Julian dos braços da Amanda. Mesmo sabendo que para ele o tempo que passaríamos fora correria em uma fração de segundos, foi muito doloroso para ela, ter que se despedir do filho que acabou de conhecer – mesmo que fosse para seguir na companhia dele próprio, porém maior... Confuso? E como!

Sai do hospital (embora só comece a trabalhar oficialmente no dia 05) e passei para falar com Chang e ver a obra da academia (que está indo ‘de vento em popa’) – fiz tudo o mais rápido possível, pois sei que Dylan fica nervoso quando demoro a chegar; o que é bastante compreensível (homem doente...) pra alguém confinado numa casa que não conhece, entre pessoas que não tem intimidade – até comprei um celular pra que ele possa me ligar quando estiver entediado naquele quarto (os livros e a TV já não dão conta) – o que não foi uma idéia muito sensata – agora ele me liga pra me ‘desconcentrar’ com o que planeja fazer quando eu chegar do trabalho... Ai...Ai...

Mas quando eu cheguei foi surpreendida pelo Alex, que me aguardava próximo à capela.
Estacionei a pretinha (agora ‘turbinada’ pelo Queixada – amigo do J’J) e fomos caminhar um pouco para conversar – O que já me deixou intrigada... Ele parecia diferente... Mais... gentil do que de costume. Me perguntou se eu aceitaria trazer um deles ao mundo, se houvesse uma chance.
Fui pega de surpresa – pelo que eu sei as características que fazem deles lupinos, são de origem genética e, até onde eu sei, eu não sou um deles, logo... Enquanto eu argumentava ele me pediu que segurasse uma pedrinha – notei que ela tinha outra cor quando segurada por ele - ele mostrou-se um tanto decepcionado com isto: significava que eu realmente não tinha o tal gene Garou

__É, não podia ser perfeito’ disse ele cabisbaixo
Fiquei tão surpresa com este comentário quanto pela proposta anterior (ele se interessa por mim?), mas fui discreta desta vez.

__E se houvesse uma chance, uma única chance de isso acontecer-tu aceitarias que teu filho fosse um de nós?’
Como assim? Deixa eu entender... (eu disse)

__Eu não to dizendo que tu vai ter que fazer um filho com um de nós, só quero saber como tu te sentiria se parisse um de nós.
Hm... tu queres dizer quando no futuro e com quem eu um decidir engravidar... Se mesmo assim meu filho pudesse ser um lupino? - ele assentiu com a cabeça
Eu me sentiria muito honrada!
Eu disse isso espontaneamente, tanto que na hora nem avaliei o significado daquela proposta... até por que nunca havia pensado seriamente ee ser mãe. Só fiquei muito feliz por ser vista como merecedora de tamanha honra e confiança por parte deles.
Ele me presenteou com um colar – quando pus no peito senti uma pontada forte no local onde a pedra encostou.

__Isso marca que tu tá disposta a nos fazer este grande favor e se isso acontecer nós seremos sempre gratos. Agora é só esperar que o milagre aconteça – disse ao se despedir.

Quando comentei com Dylan o ocorrido ele ficou enciumado – achou que o Alex me queria pra mãe de seus filhos, ficou resmungando e fazendo ameaças em vão (até por que, além de estar todo quebrado, ele não conhece O Alex pessoalmente), mas depois, quando percebeu como eu me sentia em relação a isso, acabou se acalmando.
O que acabou nos levando a falar sobre filhos (olha que loucura!) e aí percebi que, se é mesmo com ele que vou um dia ter filhos, ou ao menos fazer planos de filhos, deveria ter pedido sua opinião antes de aceitar uma proposta tão séria...
Ao menos ele não se incomodou com a idéia de talvez um dia ter um filho/a Garou – só com o ciúme bobo, mas eu já aprendi como amansar a fera... o que significa mais uma noite de tratamento irresistivelmente inapropriado. (desse jeito vão caçar meu diploma uma hora dessas, por conduta irresponsável - e eu nem posso negar)
27 Julho – 3 Agosto

As coisas andam relativamente calmas em Argos – o que é ótimo, já que ainda estamos tão desfalcados:
- Mestre Won se recupera de Vegas em Democritus End, o que, acredito, levará um longo tempo;
- Embora fisicamente saudável Amanda permanece inconsciente desde o paradoxo que sofreu durante o resgate de Maison e consequentemente desde o nascimento de Julian (que está ótimo e é a atual sensação da capela, especialmente entre as meninas – Rachel, Nikki e Scarllet – que se revezam como babás).
- Dylan – nosso mais recente membro – também permanece sofrendo os resquícios da área 51; do tipo não requer magia, mas sim paciência – algo que ele já está perdendo, ‘amarrado’ na cama – aliás, minha cama... o que ao menos lhe garante algumas regalias e tratamentos especiais...




Nunca imaginei que alguém pudesse mexer tanto assim comigo, com meus instintos... O que acontece entre nós é ‘mágico’, incrível, visceral... é como fogo: basta uma fagulha e o incêndio se faz! E mesmo com ele todo engessado – tento resistir por medo de machucá-lo, mas é sempre em vão... é como se meu corpo tivesse vontade própria - e tudo que quer é aquele homem: Dylan...
Quando me pego pensando nesse assunto, confesso que me assusto com a proporção que as coisas estão tomando, mas ele faz tudo parecer tão simples...

Diz que quando me viu pela primeira vez, quando me salvou daquele lobisomem, cerca de um ano atrás, ao me tirar da água sentiu o meu cheiro, mesmo toda ensopada, e me quis... diz que desde aquele momento não me tirou mais da cabeça, que sabia que eu era a ‘fêmea’ dele (e ele fala nestes termos)... só eu e mais ninguém...

Diz que, quando me reencontrou naquele deserto (onde nos salvamos mutuamente), sentiu novamente o meu cheiro – ‘o cheiro das frutas da grande árvore’ e quase enlouqueceu... E no momento em que me pegou nos braços, toda suja de sangue e terra, tocou minha pele, ouviu minha respiração e viu meus olhos pela primeira vez... Teve a certeza... De que eu sou dele e ele é meu.

Quando ele diz essas coisas – geralmente na cama, porque atualmente ele não pode sair de lá – eu me sinto tão feliz... A forma simples e segura dele encarar tudo isso deixa tudo tão claro - Tenho certeza de que sou dele, pois nunca fui verdadeiramente de mais ninguém – ele me acordou, me tomou e assim me tem: inteira, em suas mãos.

Eu me estou tão envolvida que sinto medo...
Medo do momento em que ele se recupere, ficando ‘livre para voar’...
Eu sei que não é da natureza dele ficar muito tempo parado – onde tiver perigo eminente e pequena chance de sobrevivência, lá estará ele!
A resposta que ele me dá é que antes não tinha pra onde voltar – que é 'pássaro de uma fêmea só' e que agora que me encontrou ‘sua fêmea’, encontrou um ‘ninho’...

E foi dessa forma que ‘concluímos’ morar junto assim que a obra da minha nova casa (em cima da Academia Nakazawa) ficar pronta – eu digo ‘concluímos’ e não ‘decidimos’ porque é assim mesmo que as coisas se dão entre nós: simples e rápidas – tão rápidas que eu preciso estudar como contar isso a minha família!
Há poucos dias dei as novas (não Michael – sim Dylan) e acredito que eles precisem de um tempo para assimilar a primeira novidade antes de receber a outra. Ainda nem pude lhes apresentar o ‘Gatão’, já que seu estado físico não permite "atividades fora da cama“ - Aliás, nem dentro dela, acontece que ele é um paciente muito teimoso E persuasivo... E talvez agora seja um paciente muito teimoso, persuasivo e com a bacia rachada. Precisamos de um raio X, com urgência!

Certa vez meu avô contou um antigo ditado que dizia mais ou menos assim:
"Toda estória que começa com o mocinho salvando a mocinha, acaba em final feliz: É casamento em 3 meses" Na época eu era adolescente e não prestei muita atenção...
Acho que preciso levar mais a sério os ditados do meu avô!

Data: 2002, 26 de Julho.

Usando as habilidades da Blink (adepta) e do Isaac, sabíamos qual a melhor via de entrada no local – o ‘Centro de Reabilitação para Jovens Delinqüentes’ – porém para Blink poder neutralizar as câmeras de segurança precisávamos estar lá dentro – uma breve queda de eletricidade proporcionada por um gato oportunamente na caixa de energia (‘coincidências’ de Isaac) nos deu este tempo. Entramos sob fogo cruzado e rapidamente acabamos com a segurança local – ao menos com a primeira leva deles.
Amanda destravou a primeira porta que nos deu acesso ao corredor das celas – onde estavam os meninos. Enquanto procurávamos uma maneira de destravar as portas, ouvíamos os sons vindos da batalha travada nos fundos do prédio – Michael e seus garotos já haviam chegado ao nosso reforço – Fomos surpreendidos por dois Ritmarcs e enquanto tentávamos destruí-los, Amanda caiu – o retorno da tentativa de usar magia. Corri a ela e percebi que entrará em trabalho de parto; havia fogo cruzado entre os robôs o professor, Isaac combatia de perto; entreguei Amanda nos braços de J’J e gritei para que ele corresse, tirasse ela dali que eu os alcançaria – e ele correu.

Fiquei com o coração dividido naquela decisão – Os robôs eram fortes adversários, difíceis de combater; ainda não havíamos encontrado o Mason e não imaginávamos o que poderia nos aguardar na próxima sala, mas eu sabia que se não fizesse algo rápido Amanda e o bebe poderiam morrer - ajudei Isaac a derrubar um deles e corri ao socorro de minha amiga – eu faria aquele parto como havia lhe garantido – e FIZ: Dentro do furgão, um mês de antecedência, sem estrutura ou equipamentos, apenas eu e J’J e toda aquela adrenalina de trazer o pequeno Julian ao mundo e manter a vida da minha amiga tão querida. Apesar de todo o caos, foi lindo...

Dirigi pra capela com tanta pressa que quase capotei o furgão! Precisava terminar os procedimentos médicos do parto e Amanda permanecia inconsciente... Algum tempo depois, quando ela e ‘meu afiliado’ já estavam devidamente cuidados (e nós mais calmos), chegou Isaac e o professor: todos os meninos estavam a salvo – inclusive o Mason! J’J saiu a distribuir charutos pela Capela – nem o Dylan se escapou!
E eu acabei a noite nos braços de meu ‘paciente predileto’, começando um tratamento nada convencional! Num dia que foi, sem dúvida, muito especial...



Chegamos! Home sweet Home...
Mental e fisicamente esgotados, feridos (alguns mais que outros), mas sem tempo para descansar – Mason havia sido seqüestrado há 2 dias – cada minuto era importante! Assim, mal descemos do ônibus e já começamos os preparativos para o resgate.

As crianças estavam aflitas – felizes e temerosas por nossa chegada – o medo era visível em seus rostos - para a maioria foi a primeira vez que sentiram o que é estar em perigo e pior ainda: ter um amigo em perigo. E eles o haviam perdido.
Nossa repreensão não era necessária... o sentimento falava por si.

Conversei com a Nikki, que estava emocionalmente muito abalada, ao ponto de ouvir calmamente minhas palavras... Falei sobretudo da importância de ser um grupo, de ser muitas vezes responsável pela vida de outros e da importância de poder confiar naquele que luta ao seu lado. Contei o que julgava apropriado sobre nossa missão em Vegas e do sacrifício de Mestre Won para proteger todos nós. Levei-a até sua maca – agora no quarto de Isaac, e desta vez ela havia entendido ‘de primeira’ tudo o que meu coração tentou lhe ensinar.

Dylan ficou acomodado em meu quarto – no caminho lhe perguntei sobre seus planos e ele disse que iria para onde eu fosse – Sendo assim, ele está em Argos!

Liguei para Michael pedindo que ele viesse com urgência para decidirmos o melhor para mestre Won. Ele veio – frio, tenso, usando uma ‘armadura’ para que eu nada percebesse de suas emoções. Já havíamos conversado sobre nós quando eu ainda estava em Vegas, atravéz do Santanna, com a ajuda do mestre Won. Agora não havia muito a ser dito – só importava o estado do nosso mestre – ele estava em coma e seu nome fazia parte da lista negra da tecnocracia.
Michael concordou com minhas decisões – Leva-lo a clínica do irmão da Amanda (neurologista renomado) para que ele, meu pai e eu fizéssemos os procedimentos cirúrgicos necessários. Depois disso o levaríamos à Democritus End, onde o próprio Sr. Democritus garantiria sua segurança durante sua, provavelmente longa, recuperação.
E foi isso que fizemos – Meu pai respeitou meu pedido não fazendo perguntas... ao menos por enquanto – mesmo durante a cirurgia (havia diversos furos das balas que eu removi, embora eu tenha dito aos Doutores que nós sofremos um desabamento (o que não é mentira).
A cirurgia levou 6 horas. Amanda e Michael assistiram pelo vidro. Ao final, recebi um aviso de meu pai: depois conversaríamos.
Amanda decidiu por apagar as memórias de seu irmão a respeito disso – eu respeito, mas não concordo, ao menos não para nossos aliados.O irmão dela desmaiou durante o processo e o outro irmão (padrinho de Julian) foi buscá-lo.

Quando voltamos à capela J’J, Isaac e o professor (que estava apavorado, porém determinado) já nos aguardavam com as informações e planos para resgatarmos Richard. E assim, com a ajuda da Blink, partimos em um furgão (outro automóvel conseguido pelo professor) para o resgate do menino Mason.


Nome: Richard Mason “Dr. Mason”
Idade: 20 anos
Tradição: Filhos do Éter
Mestre: Prof. Oliver
Caract: Inteligente, Criativo, Responsável, Tímido e Solitário.
Desperto desde: Dez/2001. Reside na Capela Argus.


Nos últimos dias de viagem ligamos para a capela em busca de notícias das crianças, e como se já não tivéssemos problemas suficientes para nos preocupar, fomos informados da enorme confusão em que eles se meteram tão logo Ryan e Scarlet se ‘uniram’ ao grupo...
Pelo que pudemos entender foi basicamente uma seqüência de ‘atitudes precipitadas’ – uma após a outra – que culminou na captura do Mason pelos tecnocratas.
Para começar, Rachel recebeu um pedido de ajuda através de uma boneca que encontrou no sótão da capela (eu nem sabia que ela podia se comunicar com o mundo espiritual) e seguindo o endereço encontrado junto à boneca (no carro da Amanda) eles chegaram às ruínas da floricultura de meu antigo mestre (informação que eles não têm), onde encontraram o espírito de uma moça para quem devolveram a boneca (até aí tudo bem) e em troca receberam uma mensagem que deveria ter sido entregue a mim.
A mensagem enviada por meu antigo mestre, Sr. Nakajo, e era a seguinte:

“A fênix aprisionou o Guia do Buda na toca da lobo”

No caminho de volta eles ‘coincidentemente’ passaram por uma boate chamada Toca do Lobo e a noite, munidos de carteiras de identidade falsas conseguidas pelo Ryan (como? Ele dizia nem conhecer NY!) e conduzidos novamente pelo carro da Amanda, eles forma investigar a tal boate, mas parece que o Maison foi impedido de entrar pelos seguranças (algo haver com sua aparência).
Sendo assim, eles deixaram o Mason de fora e entraram. Lá dentro eles “apenas” conversaram com um homem que sabia quem eles eram, mas não houve maiores problemas.
Na saída encontraram o Maison investigando um caminhão estranho e então eles resolveram entrar (como?) na ‘garagem fechada’ na parte inferior da boate – onde sua presença foi percebida e acabaram sendo perseguidos por homens armados.
Durante a fuga eles perderam o menino Mason.
Bem, é isso que nos espera assim que chegarmos – até lá Isaac e Helen tomam conta das crianças...


Os primeiros no ônibus momentos após a fuga foram desesperadores – Enquanto Amanda prestava os primeiros socorros ao professor e eu tentava desesperadamente manter Dylan vivo, mestre Won, que poucos instantes após entrar no ônibus e sentar em posição de lótus, buscando harmonizar seus chakras, ele simplesmente caiu inconsciente.

Eu corria entre ele e Dylan tentando mantê-los vivos, mas ambos eram casos críticos – usei tudo que pude de minhas capacidades mágicas, mas após algumas tentativas frustrantes percebi que seus corpos já não suportavam mais magia – só o que eu podia oferecer agora eram meus conhecimentos médicos e então me concentrei nisso – mantê-los vivos era tudo que importava – e com muito custo deu certo – nenhuma melhora significativa, mas ao menos haviam ‘parado de morrer’. Perto deles o professor não estava tão mal, mas seu estado carecia de cuidados intensos. Os três deviam estar na cti de um hospital, mas estavam dentro de um ônibus em alta velocidade no meio do deserto e assim permaneceriam por alguns dias.

Fiquei tão obcecada com os pacientes – meu amigo, meu mestre e meu... bem....Dylan – que nem percebi meus próprios ferimentos. Não fosse Amanda me obrigar a parar uns instantes e fazer os curativos, eu certamente não o teria feito – e foi preciso brigar por isso. E assim foi para tudo nos dias que se seguiram; eu não parava para comer e me recusava a dormir, embora algumas vezes o cansaço me pegasse desprevenida – os cochilos que tirava eram no pufe que J’J trouxera e colocara entre os pacientes.
Eles tentavam me persuadir - eu sabia que estavam preocupados, mas meus únicos pensamentos eram nos feridos...
Deles, o professor era o único consciente; tinha o estomago perfurado por um ferimento à bala, do qual só escapou garças a rapidez dos primeiros socorros prestados por Amanda; seu corpo estava cheio de escoriações.

Eu sabia que mestre Won estava no pior estado e não acordaria tão cedo... na verdade era um milagre ter sobrevivido e muitos de seus ferimentos pediam cirurgia. Precisava de soro e sonda assim que eu pudesse parar numa farmácia - me doía muito vê-lo assim e não poder ajudar mais; sabia que ele tinha recebido a maior parte do desabamento para proteger Dylan e que mesmo neste estado encontrou forças para voltar e segurar os inimigos enquanto saímos. Este é o Mestre Won e o que seria de nós sem ele?...

Eu estava ao lado de Dylan quando ele abriu os olhos – já se passavam uns dois dias e aquela foi a primeira vez que senti algum alívio desde que saímos de lá. Ele tinha a mão e uma perna quebrados em diversos lugares, muitos hematomas e eu suspeitava que sua bacia estivesse rachada, mas agora estava consciente, poderia se alimentar e isso aceleraria sua recuperação.



Durante o resto do percurso encontramos uma farmácia, possibilitando que mestre Won recebesse maiores cuidados; nos despedimos da equipe de apoio (Dantan conseguiu recuperar as informações da hd ); consegui acelerar a recuperação do professor com a massagem de alinhamento dos chakras. Passei os últimos dias da viagem um pouco mais calma – dava banho no Dylan e no professor, alimentava-os e não tirava o olho do Mestre Won. Dylan e o professor melhoraram ao ponto de voltar a implicar um com o outro – o que deixou a todos mais tranquilos – dava até para rir um pouco disso.

Por sorte Amanda passou bem e Julian se comportou bem, não nascendo durante a viagem – isto certamente tornaria as coisas ainda mais caóticas. Mais tarde descobrimos que ele – o bebê Julian ainda na barriga da Amanda – havia salvado-os do homem que os emboscou no momento do desabamento, fazendo com que o tempo ficasse mais ‘lento’ permitindo que Amanda pudesse simplesmente desviar o corpo da bala disparada contra ela e dando tempo para que J’J pudesse sacar e atirar contra o inimigo. Imagino então o que ele será capaz de fazer depois de nascido... Depois de adulto já é de mais pra minha cabeça – considerando que nos só partimos para esta viagem (encontrando Dylan) graças à visitinha que ele me fez...

Invadindo a Área 51

É muito difícil descrever os eventos decorridos durante a execução de nossa missão.
Por mais que se planeje e se julgue estar preparado para ‘tudo’, algumas vezes as coisas saem do controle – esta foi uma delas.

Entramos com facilidade no nível um, que nos conduzia aos demais níveis subterrâneos; facilidade em termos; Ms. Won precisou expor seu rosto para desligar o sistema de segurança da entrada e proteger todos nós; além disso, foi preciso derrubar 2 guardas que faziam a segurança da entrada e infelizmente só derrubar não seria o suficiente, não desta vez... Neste momento eu percebi que seria necessário ir além - pela primeira vez deixaria um rastro de morte em meu caminho – era inevitável, eu sabia, o que não diminuía o peso sobre meus ombros...
Pouco tempo depois, eu estava submersa no calor da batalha.

Quando a vida de um depende da atenção do outro não resta tempo para reflexões.

Ms. Won, Dylan e eu abríamos caminho travando a linha de combate, enquanto o professor, J’J e Amanda usavam as pistolas de C4 confeccionadas pelo professor para garantir nosso avanço, abrindo caminho através de portas e paredes – esta estratégia nos levaria o mais rápido possível ao laboratório no 4º nível, não fosse pelo momento em que a mente da Amanda foi dominada por alguém que lhe fazia apontar a pistola de C4 para o J’J, enquanto éramos encurralados por dois batalhões de soldados...
Tive sucesso entrando na mente dela e foi preciso que o professor fizesse um grande estrago com o C4 para nos tirar daquela situação.

Desta forma chegamos ao laboratório – claro que as explosões chamaram muita atenção e em pouco tempo os soldados se multiplicaram com direito a tanques e tudo mais.
Oliver, Amanda e eu entramos no laboratório para achar e destruir o vírus, enquanto os outros mantinham os guardas distantes.

Achamos!
O lote A do vírus 3723
Mas levamos algum tempo descobrindo como destruí-lo sem o arriscar liberá-lo. Havia uma fonte de entrada de O2 e uma vez cortada foi fácil. Quanto aos arquivos do computador não havia tempo, sendo assim o prof. levou toda a HD.


A saída do local foi tão complicada ou mais que a entrada
Havia muitas coisas estranhas naqueles corredores, todo tipo de experimento era feito ali, cobaias boiavam em tanqes transparentes, em animação suspensa, até mesmo alienígenas! E foi enquanto nos distraímos com algo do tipo, próximo ao trem de porcelana surgiu o momento mais crítico de todos:


Um tremendo desabamento separou o grupo
Amanda, J’J e o professor estavam mais a frente e por sorte não foram soterrados, ao contrário de nós; eu ainda tive tempo de me esquivar, salvando minha cabeça dos escombros, o que me manteve consciente, já Ms. Won e Dylan...
Não podia avistá-los e a dor não me deixava localizá-los mentalmente - eu já havia levado um tiro e agora minhas costelas estavam esmagadas.
J’J gritou por nós e soube que eles estavam bem, apesar do prof, ferido e desacordado por uma pedra.

Com muito custo me livrei dos escombros e enquanto procurava pelos outros ouvi Ms. Won em minha mente, pedindo que eu me protegesse – mal me encolhi e vi as pedras do amontoado que cobria seus corpos serem lançadas longe, enquanto meu Sifu saia dentre elas, trazendo Dylan nas costas – ele não estava nada bem, mas tudo que podíamos fazer naquele momento era buscar uma forma de sair o mais rápido possível daquele lugar.
Enquanto abríamos caminho entre as pedras que nos separavam em dois grupos, ouvimos um tiro, depois outro seguido pelo baque surdo de um corpo caindo logo do outro lado.
Por sorte, ao chegarmos lá, constatamos que o corpo era de um inimigo – o mesmo que havia tentado dominar a mente da Amanda momentos antes.

Enquanto nos preparávamos para partir, recebi de Ms. Won o corpo inerte de Dylan, enquanto ele me explicava que precisava voltar, levando consigo uma imensa quantidade de C4, para assim garantir nossa saída.
J’J carregava o professor e embora tenha insistido para trocar comigo, por nada deste mundo eu largaria Dylan – eu devia tantas vezes minha vida a ele... esse era o momento de retribuir (embora, no fundo, esse não fosse o único motivo fosse)

Ainda não sei de onde tirei forças para subir aquelas escadas íngremes carregando aquele homem enorme nas costas apesar de minhas costelas quebradas, mas desconfio que esta tenha sido minha primeira experiência com o Dô da terra – forma que tantas vezes Ms. Won me proporcionou observar e que naquele exato momento ele novamente punha em prática.

Logo após entráramos no ônibus Ms Won saiu correndo da base, deixando uma enorme explosão atrás de si.
Ninguém havia entendido o porquê dos tantos sacos de milho e da Polaroid que Lorde Fanny havia requisitado para a operação, mas quando saímos, nevava naquele ponto do deserto: literalmente!
A equipe de apoio estava a postos e assim que Ms. Won entrou no ônibus, partimos em alta velocidade. Naquele momento, tudo o que importava era correr...
... para qualquer lugar longe dali.


No dia que antecedeu o dia D decidimos unanimemente enviar as crianças – Ryan e Scarlet – de avião para NY , uma vez que não sabíamos como seria dali para frente mas concordávamos que eles estariam mais seguros desta forma.
Foi então que precisei ligar para Michael, pedindo que ele as recebesse no aeroporto e as conduzisse à capela – E foi só quando ouvi sua voz ao telefone que pude realmente sentir todo o peso do ‘inevitável’...
Mesmo antes vislumbrando o caminho por onde meus últimos passos me levariam, ouvir sua voz me fez não só lembrar, mas sentir a dor que minhas escolhas causariam em alguém tão importante para mim... Dor desonra e talvez até mesmo rancor...

Mesmo que ambos no fundo soubéssemos que mais cedo ou mais tarde trilharíamos caminhos distintos, não significa que soubéssemos como agir, quando o momento chegasse – e ele chegou, sob as minhas ações.
Temo afastá-lo definitivamente de minha vida, por tudo que Michael representa e sempre representará para mim, mas se assim for, vou compreender – por mais que ele se empenhe em esconder seus sentimentos, eu posso senti-los e sei que não são pequenos e por isso sei que a dor também não será.

Senti vergonha e tristeza – e com razão – nenhum julgamento pode ser pior do que aquele feito por nosso próprio coração - mas não me arrependo pelos erros que porventura cometi, ao abrir os olhos. Como posso me arrepender por atender ao chamado da felicidade, ao despertar de meus instintos primitivos, ao me entregar ao inevitável...
sei que as conseqüências virão a mim e sei que posso e preciso confrontá-las, mas se há algo do qual nunca me arrependerei é de enfim ter ouvir as borboletas...
Fazendo Contatos – Traçando o Plano



Embora a Cabala Luxor não soubesse nada mais do que nós sobre a área 51 - ou seja... praticamente nada ‘um lugar enorme sabe-se lá onde, no meio do deserto, que ninguém viu, mas todo mundo ouve falar... Eles nos ofereceram todo o suporte que precisássemos desde que não atraíssemos olhares para sua cabala – afinal esta é a cidade deles - depois que invadirmos e destruirmos a base vamos embora - eles continuarão aqui.

Cabala Luxor:
Malcon - Hermético (o responsável pelo Hotel – negro, bonito, elegante e agradável);
Butch Levy – Ordem de Hermes
Doc. Holly David – Eutanatos (mulher de meia idade, loura, séria);
Betty Diandra – Eutanatos (indiana, jovem, agradável);
Srta. Aurora – culto do êxtase (Srta ‘Seu desejo é uma ordem’ já foi descrita antes);
Halph Cannon – Filhos do Éter (não estava presente no jantar)


Outros contatos estabelecidos durante a investigação:
Sara – Verbena; contato do Dylan (índiana; coordenadas da entrada da área 51 no deserto);
Jerry Turner – Orador; contato do Dylan (índio – conhecedor do deserto);
Lord Fanny – Oradora (transexual, alta, simpática) – sugerida por Sr. Malcon;
Cidy Dantaw – Adepto – contato de Lord Fanny
David Arrington – editor do jornal ‘olho no mundo’(encontrado por mim ‘acidentalmente’) – recém desperto (possivelmente futuro Eterita) - informação sobre o vírus desenvolvido na área 51, chamado de ‘Carrasco’: ao que tudo indica o vírus está sendo desenvolvido em 5 áreas distintas, transportado através do ‘trem de porcelana’, que comunica estas áreas – uma vez unidas as partes, o vírus se torna ativo – disseminado pelo ar, o vírus infecta os despertos, causando a morte do Avatar.

Com estas informações em mãos e estabelecido o ‘grupo de apoio’, que nos auxiliará a entrar e sair do local (Lord Fanny, Cidy Dantaw, Jerry Turner e Sara), começamos as verdadeiras investigações.

O plano A
Consistia em capturar como refém um tecnocrata morador da base estabelecida na área 51 – sabíamos que era uma base grande, com diversas funções, porém, principalmente militar – ou seja, muito fortificada - Esperávamos desta forma descobrir a localização aproximada do laboratório, ou ao menos um jeito de ‘invadir’ o local da forma mais discreta possível.
Na noite do dia 16 fizemos uma visita à paisana - Amanda e J’J; Dylan e eu – à um dos cassinos administrados pela tecnocracia: o Estratosfera Tower.
Só percebemos um sujeito ‘alvo’, porém, Amanda e J’J também foram percebidos (o local parecia bem vigiado). Assim abortamos o plano.


O plano B - improvisado
Dois dias depois nossa cordial ‘visita à paisana’ foi retribuída - o sujeito que vigiávamos veio ao nosso hotel. Desta vez foi preciso uma atitude mais drástica:
Em um trabalho conjunto de Ms. Won, Amanda e eu, acabamos por descobrir de fonte confiável (visitando suas memórias) que o sujeito, chamado John Steve trabalhava para outro ‘maior’, chamado Stephens e que realmente havia percebido a presença de Amanda e J’J no cassino e os espionara no hotel para descobrir suas intenções – nada além disso. Sua memória foi alterada de forma que, qualquer suspeita sobre nossa presença em Vegas fosse acidentalmente ‘esquecida’.

No dia seguinte encontramos David Arrington, o editor do jornal que eu encontrarei na noite anterior e depois fomos averiguar a suposta localização da base, tudo da forma mais discreta possível:
Dirigimos até metade do caminho e esperamos no deserto enquanto Dylan se preparava – ou como ele mesmo disse ‘trocava de pele’ – para seguir sozinho; o que nos levou a presenciar algo incrível:
a transformação daquele homem nu de 1.90 m, em um corvo de não mais que 50 cm.

Foi uma das coisas mais incríveis que já vi em toda a minha vida – e me arrisco em dizer que isso também vale para os outros!
Ele demorou tanto que o grupo decidiu voltar e esperar no hotel – já que não tínhamos água, o calor era insuportável e nossa grávida estava indisposta (o qeu não era pra menos).
Assim que chegamos ao hotel despistei os outros, aluguei um carro e voltei mais ou menos ao ponto da estrada aonde o havíamos deixado – Não podia deixá-lo sozinho, nu, talvez até ferido...
Demorou algum tempo até que ele ‘o corvo’ retornasse. Ao voltar a sua pele habitual ele pareceu confuso, mas não estava ferido e trazia a localização exata de ‘porta de descida’ para a área 51 subterrânea!


Acreditei no fogo,
Aguardei o Ar,
Só não contei com a Terra.
Eu sou Água,
Posso aquecer-me com o Fogo,
Posso mover-me com o Ar
Mas sei que morro na Terra.

Assim como o orvalho da manhã
Como as gotas de chuva que caem do céu
E a neve no crepúsculo do inverno.
Eu te procuro, te toco, te conheço,
Tu me esperas, me acolhes; me completas.
Tu és meu corpo, eu sou teu sangue.
Por isso o cheiro de terra molhada,
É assim tão perfeito.

Estamos vivos quando estamos juntos,
Sinto o bater forte do coração,
Ouço a respiração ofegante,
O gosto de sangue, suor e saliva,
E já não distingo o que é meu ou teu.
Vejo a vida nascer e sei que ela é nossa.

Pshiiii silêncio – Pode ouvir?
Quando a chuva cai na Terra
O som que se ouve é o bater de asas
De milhares de borboleta,
Elas enchem o meu ser,
Cobrindo o céu dos pensamentos,
Formando nuvens, criando trovões:
A chuva está sempre pronta
Pra cair, se unir a Terra,
E despertar para a vida...




Louise Nakazawa
Mizume Ryu
みずめりう